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Um estudo internacional, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado pelo Babson College e a London Business School, aponta que 1 em cada 8 brasileiros estão envolvidos em seu próprio negócio – a maior propensão mundial ao empreendedorismo – comparado com 1 em cada 10 americanos, 1 em cala 25 alemães e 1 em cada 100 japoneses.
Infelizmente, tal inclinação empreendedora não gera os mesmos resultados obtidos na maioria dos países desenvolvidos. Grande parte dos empreendedores brasileiros são empreendedores por necessidade e não por oportunidade, e gerem pequenos negócios de subsistência sem impacto real na geração de riquezas.
Só para se ter uma idéia, nos EUA, 95% da riqueza atual está na mão de empreendedores revolucionários, que iniciaram suas empresas de 1980 em diante. Em 1960, um em cada quatro americanos trabalhava para uma empresa dentre as 500 maiores. Em 1990, apenas um em cada 14.
No Brasil, as PME são as principais geradoras de emprego – 58% na manufatura; 75% no comércio e distribuição. Porém, as PME Brasileiras tem baixo desempenho comparada à outros países. Aqui a PME contabiliza 20% do PIB, comparado com 51% nos EUA; contribui com cerca de 41% da produção industrial, comparado com 75% na Itália, 65% no Japão e 54% no Reino Unido, e com 32% da exportação comparado com 69% na Itália, e 49% em Taiwan.
A atitude cultural prevalecente no Brasil sobre o empreendedorismo tende a ser conservadora – reflexo do reconhecimento negativo ao erro, que é visto como fracasso e não como parte do processo de aprendizado, e do ceticismo em relação as histórias de sucesso pessoal e enriquecimento.
Prevalece a atitude de dependência, assume-se o estado paternalista, que deve cuidar do bem estar sócio-econômico. Apesar de alguns passos em direção a privatização já terem sido tomados, o envolvimento do estado nas empresas ainda continua alto.
Acesso ao capital é um dos maiores obstáculos apontados no GEM. Apesar de ter aumentado sua disponibilidade, os esforços do governo para melhorar a situação deve ainda trazer um impacto real. Existem grandes problemas de infraestrutura e segurança pública. Apesar dos níveis de analfabetismo estarem diminuindo, os padrões educacionais ainda são inadequados.
A carga tributária é alta, constituindo um peso para a expansão das empresas. O apoio do governo às empresas é considerado inadequado, os programas não adereçam problemas chaves e são pouco divulgados pelo país.
Para concluir, o caminho a ser percorrido para que o Brasil alcance os resultados benéficos da revolução empreendedora é longo, e deve passar pela capacitação do empreendedor, profissionalização do setor, evolução nas estruturas do mercado de capitais e pelo desenvolvimento de um ambiente político e social que recompense a audácia dos visionários Brasileiros.